Boa música não tem idade. Disso acredito que você não deve discordar de mim, provo isso com este post falando sobre os 15 anos do disco "Ray of Light", o sétimo disco de estúdio de Madonna. O mais apurado, o mais verdadeiro, o mais ousado e o mais revolucionário.
Lançado em 3 de março de 1998, depois de uma época de muito grunge e o começo de uma era teen nas rádios e na MTV, Madonna foi além em suas pesquisas e depois de 4 meses e meio em estúdio entregou ao mundo um disco completamente diferente de tudo, em parceria de alguém que ninguém tinha ouvido falar, o magistral produtor William Orbit.
Madonna por Mario Testino nos bastidores da sessão de fotos do disco |
Ela tinha acabado de sair de um época dourada, depois do sucesso e reconhecimento com Evita e o nascimento de Lourdes Maria, sua primeira filha. Madonna estava radiante, feliz, saudável, segura e madura. Pronta para contar pro mundo um novo ponto de vista, um amor jamais visto em outro disco dela. Até hoje fico espantado com a coragem dela de ter lançado "Frozen" como primeiro single.
O disco traz letras introspectivas, metafóricas, verdadeiras e apaixonantes. A gente nunca tinha ouvido Madonna falar sobre frieza de um amor, da possibilidade de trocar a fama por amor e de uma energia inexplicável que a fazia se jogar no mundo. Tudo isso com muito techno, guitarras e sons estranhíssimos. Esse era o começo de uma era primorosa.
Envolvida e completamente segura deste projeto, ela buscou formas de expor o trabalho de forma espetacular: realizou videoclipes únicos, trocou de roupas, mudou o cabelo, se uniu com grandes estilistas, fotógrafos e diretores. Era a Madonna forte que queria ser vista e ouvida.
Performance épica no VMA 98 |
Ray of light vendeu mais de 24 milhões de cópias pelo mundo, ganhou não sei quantos prêmios pelo mundo, 3 Grammys e adoração de antigos fãs, velhinhas e novos fãs - eu era um desses, que não entendia o som da faixa principal mas que amava o remix dance de "Frozen". Só fui ouvir o disco por inteiro um ano depois do lançamento, para entrega total.
Prêmios e performance no Grammy de 1999 |
Minha admiração por Madonna sempre foi latente, mas tímida. Afinal, pra uma criança ainda era difícil deixar de querer ouvir Xuxa ou Spice Girls para ouvir uma trintona/quarentona, mas foi em 1999, ao assistir o clipe de "Nothing Really Matters" (último single da era) - que nunca saía do Disk MTV (sdds Sabrina Parlatore) - pensei "Meu Deus do Céu, ninguem vai conseguir chegar a este nível: artisticamente, visualmente e musicalmente". A partir daí me entreguei por completo e comecei esse estudo aprofundado sobre o trabalho dela, que até hoje me instiga e fascina.
Os anos podem passar, Madonna pode produzir materiais de qualidade duvidosa e não vender mais como antes (quem vende ainda?), mas as conquistas artísticas dela, isso ninguém jamais poderá tirar. Vamos aumentar o som e ouvir com muito gosto este disco cheio de luz que agrada gregos e troianos.
por Rafael Froner
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